24/03/2009
Mel mais puro no Meio-Oeste
Criado em 2002, núcleo setorial foi fundamental para introduzir melhorias como manuseio adequado do produto e padronização de embalagens
Valdemar Gatner de Souza herdou a técnica da apicultura do seu avô há mais de 40 anos. No começo, usava as abelhas para polinização das plantações de ameixas e pêssegos. O mel fabricado por elas não chegava a 10 quilos por colmeia e era aproveitado para uso próprio. Hoje, o apicultor consegue retirar de cada colmeia até 33 quilos de mel.
O processo que aprendeu com o avô melhorou depois que Valdemar começou a fazer parte da Associação Empresarial de Curitibanos (Acic), entidade parceira do Sebrae.
– Antes não dava muita importância para o manejo e cuidados com o armazenamento do mel – diz.
Criado em 2002, o núcleo de apicultura, do qual faz parte a Associação de Apicultores de Curitibanos e Região, começou com 12 produtores e volume de 6 toneladas de mel. Hoje, são 16 associados e a produção cresceu 117%, chegando a 13 toneladas.
Segundo a consultora Andréia Petri, a Acic oferece apoio estrutural e consultoria local aos núcleos setorias, para resolver os problemas comuns, além de viabilizar cursos técnicos, participação em feiras e intercâmbios com as outras associações.
A consultora explica que antes o mel era manuseado de forma inadequada e era sempre “poluído”. Com as novas técnicas, o produto final fica com 100% de pureza.
Outra melhoria foi a padronização das embalagens. Os potes são de 500 gramas e têm o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
O próximo passo da Associação é a construção da Casa do Mel, um lugar para processar o produto coletado das propriedades dos apicultores. A construção deve reduzir o custo de produção ainda mais. Hoje, o mel é processado em Fraiburgo.
– Estamos procurando parcerias para a construção da Casa – conta a consultora.
O Sebrae criou um programa de consultoria com os apicultores da região e intercâmbio com apicultores da Argentina.
Intercâmbio fez produção aumentar em até 200%
A viagem ao país vizinho fez com que os produtores da região de Curitibanos aumentassem em até 200% a produção, e, em 70%, a qualidade do produto.
Novas técnicas foram desenvolvidas e aperfeiçoadas com a consultoria. Adoli Pedro Schwinden, 60 anos, é o único em Santa Catarina a produzir a técnica do mel em favo. O produtor coloca na própria colmeia um recipiente em formato hexagonal, onde as abelhas produzem o mel.
– É uma técnica que não tem contato com a mão do produtor. As abelhas produzem o mel dentro do favo artificial e depois eu só tenho o trabalho de lacrar – explica o agricultor.
ALVARÉLIO KUROSSU | Curitibanos
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